O presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, anunciou na noite desta segunda-feira (30), em São Paulo, durante a Convenção Nacional do partido, o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
A confirmação da manutenção da aliança foi acompanhada pelos dirigentes do PRB, entre eles o ministro da Pesca e Aquicultura, Eduardo Lopes, e o líder do partido na Câmara Federal, deputado George Hilton (MG).
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, representou o governo Dilma e falou da importância da aliança com o PRB. “Vim representar a presidente Dilma e agradecer a parceria, que é muito importante que siga em frente”.
Ao justificar o apoio, Pereira resgatou a memória do ex-vice-presidente da República do governo Lula, José Alencar, que embora pertencesse ao governo fazia as críticas necessárias, e disse que o PRB quer participar do governo.
O discurso pode ser lido abaixo, na íntegra:
“Convenção Nacional do PRB 2014”
Podemos nos orgulhar da história política que o PRB tem construído nestes quase nove anos desde sua fundação. Uma história de amor pelo Brasil e de esperança para milhões de brasileiros que sonham com um país mais justo e menos desigual. Parece clichê, mas não é. Já era hora de resgatar a boa prática política depois de tantos escândalos.
Foi pensando na profunda transformação da nossa nação que homens e mulheres de diversas correntes ideológicas, vindos dos mais variados partidos, se juntaram sob a bandeira do PRB – a bandeira republicana. Republicana porque acreditamos que o bem público e o interesse da coletividade devem estar acima das ambições pessoais.
Um dos ilustres homens que acreditaram nesse resgate político foi o empresário José Alencar Gomes da Silva, ou simplesmente Zé Alencar. Ele já era vice-presidente do governo Lula quando decidiu se filiar ao recém-criado Partido Municipalista Renovador (o PMR), que foi o primeiro nome do nosso partido antes de ser rebatizado como PRB.
Ao anunciar que deixaria sua antiga legenda, Zé Alencar fora intensamente assediado por pelo menos meia-dúzia de partidos. Mas ele optou pelo PMR, que por sua sugestão, inclusive, passou a se chamar PRB. O que levaria um vice-presidente da República, com a história e o peso político de Zé Alencar, a se filiar a um partido recém-formado?
Zé Alencar acreditava nas pessoas que estavam à frente desse novo projeto. Ele sabia que não seríamos mais uma legenda de aluguel, e que aqueles homens e mulheres estavam verdadeiramente dispostos a mudar o Brasil. Após sua morte, Zé Alencar deixou para nós não somente um legado de conquistas, mas a responsabilidade de avançar.
Nós, hoje, estamos escrevendo o mais importante capítulo dessa história que está só começando. Saímos do zero, disputamos apenas duas eleições gerais e duas para prefeitos e vereadores, e tudo que conquistamos até agora foi pautado pela ética e responsabilidade. Não há um só escândalo envolvendo o PRB. Absolutamente nada.
Em 2006, Zé Alencar, já no PRB, concorreu e foi reeleito vice-presidente da República ao lado de Lula. Embora o partido tenha conseguido eleger apenas um deputado federal naquele ano, o PRB contribuiu significativamente para o sucesso do segundo mandato de Lula e Alencar, sendo o governo mais bem-avaliado da história recente.
A decisão de apoiar a candidatura de Dilma Rousseff a presidente aconteceu naturalmente. Não havia motivo algum pra pensar numa possível mudança. A economia brasileira sobreviveu à crise internacional, o país seguiu crescendo e a desigualdade social diminuiu com o apoio dos programas de transferência de renda.
Mais uma vez vencemos. Em 2010, conseguimos eleger oito deputados federais e o senador Marcelo Crivella, pelo Rio de Janeiro. O PRB honrou o nome de Zé Alencar e se manteve na base de apoio do governo. Nosso compromisso com o Brasil levou a presidente Dilma a convidar o senador Crivella a assumir o Ministério da Pesca e Aquicultura.
Embora a decisão de nomeá-lo tenha sido questionada por boa parte da imprensa – Crivella fez uma gestão impecável, que agora está sendo ampliada e melhorada ainda mais por Eduardo Lopes. A produção de peixes mais que dobrou, foram realizados importantes investimentos no setor, inclusive com o lançamento do Plano Safra da Pesca e Aquicultura que injetou mais de R$ 4 bilhões no setor pesqueiro nacional, e o que é melhor, não se viu uma única suspeita de maus feitos ou má conduta.
O Brasil evoluiu. Nosso país não é o mesmo que há 20 anos. As pessoas melhoraram de vida e nossas conquistas democráticas, acredito eu, são permanentes. Mas precisamos ir além. Todos sabemos dos problemas que o país enfrenta e é consenso que algo de novo precisa ser feito. A velha fórmula se mostra ultrapassada.
Antes de qualquer coisa, é preciso dar atenção especial à economia brasileira. Não podemos permitir que a inflação chegue a patamares de 20 anos atrás e comprometa o crescimento. Ouvir outras opiniões é fundamental na construção da política econômica do país. E o PRB quer integrar essa discussão.
Precisamos investir pesado na infraestrutura do país. O brasileiro quer e merece serviços públicos eficientes. O governo precisa se comprometer a modernizar e a desburocratizar a máquina administrativa. Em vez de ser um entrave ao desenvolvimento, a gestão pública deve se colocar como mola propulsora. O PRB quer e pode contribuir.
Como dizia o baiano Rui Barbosa,“A imprensa é a vista da Nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do que a ameaça”.
Por isso, é essencial à democracia que qualquer tentativa de regular a imprensa no Brasil seja cortada pela raiz. Um país livre como o nosso, que a duras penas conseguiu sobreviver às perseguições da ditadura, não pode retroceder. O PRB é um intransigente defensor da imprensa livre e da liberdade de opinião, como consta no artigo 5º da Constituição Federal.
Por continuar acreditando na mudança iniciada com Lula em 2003, que conseguiu colocar o Brasil num patamar nunca antes sonhado, e em respeito à memória do saudoso Zé Alencar, que jamais deixou de fazer as críticas necessárias ao governo embora tenha sido o número 2 do governo, é que o PRB dá um voto de confiança ao governo Dilma e declara seu apoio à reeleição da presidente.
Seguiremos aliados, porém não alienados. Seremos parceiros, nunca subservientes. Queremos participar das decisões do governo e ajudar a governar o Brasil com críticas construtivas. Estamos dispostos a enfrentar conjuntamente os desafios que virão, com trabalho e dedicação. Continuaremos votando a favor do povo sempre com ética e respeito à coisa pública. É hora de avançar!
Muito obrigado e boa noite.
Marcos Pereira – presidente nacional do PRB
Diego Polachini – Comunicação – Presidência Nacional