Ao abrir hoje (21) em Brasília o 2º Curso de Comunicação do PRB, o advogado e líder nacional do partido, Marcos Pereira, recomendou aos assessores estaduais e parlamentares objetividade e clareza na produção de conteúdo e maior diálogo com a imprensa.
O evento é promovido pela Comunicação Nacional do PRB em parceria com a Fundação Republicana (FRB) e vai até sábado (23). As palestras com especialistas nas áreas de ciência política, assessoria de imprensa e mídias sociais têm o objetivo de capacitar e aprimorar os profissionais do partido nos estados.
Pereira citou duas frases atribuídas ao publicitário Duda Mendonça e ao jornalista Joseph Pulitzer. A primeira, de Duda, – “Comunicação não é o que você diz. É o que os outros entendem.” – trata da necessidade de se fazer entender a seu público utilizando meios claros e objetivos.
“Nossa preocupação é fazer com que a mensagem chegue a seu destino e exerça algum tipo de influência e mudança em determinado comportamento ou ação”, destacou o presidente. “De que adianta usar uma escrita de difícil compreensão?”, questionou.
Ao justificar a recomendação, o líder do PRB disse que “não há nada mais sofisticado que a simplicidade. Não há nada mais belo que a clareza. Não há nada mais eficiente que a singeleza de espírito”. E outra vez reforçou: “Sejam simples. Sejam objetivos”.
A segunda frase, atribuída a Pulitzer – que dá nome ao maior prêmio de jornalismo do mundo -, diz: “Notícia é tudo aquilo que a gente não quer ver publicado. O que a gente gostaria de ver publicado é publicidade”. Para Pereira, essa é uma crítica ao jornalismo mundial.
“A impressão que temos é que virou regra para os jornais publicar apenas notícias ruins sobre a política. Em outras palavras, publicar ‘aquilo que vende’”, avaliou. Ele afirma que há muita coisa boa acontecendo na política brasileira, apesar dos problemas recentes, que não “ganha a capa”.
O líder republicano ressalta, contudo, que a apuração e as denúncias fazem parte da prática jornalística, “e que continue” – disse, mas pediu mais “equilíbrio” nessa onda generalizada de “denuncismo”, que é diferente de uma denúncia devidamente embasada.
“Recomendo que você se mantenha próximo aos jornalistas, converse, facilite a informação, esclareça dúvidas e mostre as virtudes de quem você representa”, orientou Pereira. “A política atravessa um deserto moral, mas vamos mostrar que o PRB é a boa notícia”.
Líder do PRB na Câmara, o deputado Celso Russomanno, como jornalista, reforçou o discurso de Pereira sobre a objetividade e a relação com a imprensa. Ele citou casos durante sua campanha para prefeito de São Paulo, em 2012, quando enfrentou duros embates com jornalistas.
Participaram da abertura deputados federais, estaduais, vereadores e outras autoridades políticas. Cerca de 100 assessores de comunicação de todas as regiões do Brasil foram inscritos.
Diego Polachini – Comunicação – Presidência Nacional
Fotos – Agência PRB
Leia o discurso do presidente Marcos Pereira na integra.
Boa tarde a todos!
Antes de tudo, eu agradeço a Deus a oportunidade de estar nesta tarde na companhia de todos. O PRB não existiria se não fosse o trabalho de vocês nos seus respectivos estados.
Parabenizo a Helen Assumpção e toda sua equipe pela preocupação alinhar a comunicação do partido e proporcionar essa importante troca de experiências.
(Cumprimentos aos presentes)
Desde que assumi a presidência do PRB, em maio de 2011, dediquei tempo, recursos e energia na melhora da nossa comunicação. E é necessário que seja assim.
Considero a comunicação como um dos principais pilares do exercício da boa política. As pessoas precisam saber o que nós, seus representantes, temos feito. Isso é transparência.
Mas minha manifestação será breve e objetiva. Quero compartilhar com vocês duas frases de dois importantes comunicadores e fazer uma reflexão rápida sobre elas.
A primeira declaração, atribuída ao publicitário Duda Mendonça, um dos maiores marquetólogos políticos dos últimos tempos, diz assim:
“Comunicação não é o que você diz. É o que os outros entendem”.
Essa simples frase tem um significado bastante profundo. Nesse nosso mundo globalizado e conectado, o volume e a velocidade da informação são assustadores.
Nem sempre o texto mais bem escrito ou o vídeo mais bem produzido tem o efeito final da comunicação, que é comunicar. Não faça para você. Faça para os outros.
Nossa preocupação é fazer com que a mensagem chegue ao seu destino e exerça algum tipo de influência e mudança em determinado comportamento ou ação.
De que adianta usar uma escrita de difícil compreensão ou uma arte que mais confunde que explica? Por isso recomendo: sejam simples. Sejam objetivos.
Ao escreverem uma notícia, façam como a água, que evita as barreiras, a altitude, e corre suave por entre os vales. Escolha o caminho mais fácil.
Não há nada mais sofisticado que a simplicidade. Não há nada mais belo que a clareza. Não há nada mais eficiente que a singeleza de espírito.
A segunda frase, de autoria do jornalista Joseph Pulitzer, e corriqueiramente lembrada pelo também jornalista Ricardo Kotscho, diz assim:
“Notícia é tudo aquilo que a gente não quer ver publicado. O que a gente gostaria de ver publicado é publicidade”.
É uma afirmação interessante, profunda, que nos faz refletir essencialmente sobre os rumos do nosso jornalismo não só no Brasil, mas em todo o mundo.
A impressão que temos é que virou regra para os jornais publicar apenas notícias ruins sobre a política. Em outras palavras, publicar “aquilo que vende”.
É como costumam dizer: se o cachorro morder um homem não é notícia, mas se um homem morder o cachorro, sim. Ganha a capa do jornal.
Às vezes, quando um jornalista procura você, sua alma até gela de preocupação: “E agora, o que será que meu deputado fez”? Já espera pelo pior, mesmo sem dever.
Todos nós sabemos, inclusive os jornalistas, que há muita coisa boa acontecendo na política brasileira. Há bons projetos e ótimas iniciativas em curso. Mas cadê a capa?
Sabemos também que a apuração e as denúncias fazem parte da prática jornalística, e que continue, mas é preciso equilibrar esse “denuncismo” generalizado.
Minha recomendação é que você se mantenha próximo aos jornalistas, converse, facilite a informação, esclareça dúvidas e mostre as virtudes de quem você representa.
Crie relações harmoniosas, estritamente profissionais, com seus colegas das redações. Tente sempre mostrar o lado positivo de um fato. Especialmente do PRB.
A política brasileira atravessa um deserto moral, é verdade, mas como tudo na vida precisamos separar os bons dos maus. Vamos mostrar que o PRB é a boa notícia no Brasil.
Boa tarde e ótimo curso a todos.
